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"Acho que finalmente me dei conta que o que você faz com a sua vida é somente metade da equação. A outra metade, a metade mais importante na verdade, é com quem está quando está fazendo isso."

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Chefe ruim pode adoecer os funcionários


Algumas das Características de um Chefe ruim

1. Raramente se comunica com a equipe, ou quando o faz usa um discurso ofensivo.
2. Utiliza o medo como forma de motivação
3. Sempre culpa a equipe pelas falhas
4. Não considera a opinião dos funcionários
5. Não orienta a equipe

O assédio moral é uma forma extrema da violência psicológica no ambiente de trabalho. Refere-se às agressões psicológicas que se repetem e persistem no tempo, que visam a exclusão do trabalhador do ambiente de trabalho. Configuram-se por comportamentos repetitivos de isolamento, humilhações, constrangimentos, perseguição manipulações e intenção de prejudicar e, muitas vezes, de excluir o indivíduo do ambiente de trabalho.

Alguns autores (LEYMANN, 1996) sugerem que para ser considerado assédio moral faz-se necessário que os comportamentos destrutivos ocorram repetidas vezes no decorrer de um período médio de 4-6 meses.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2003) descreve o assédio moral como o comportamento de uma pessoa para rebaixar uma pessoa ou um grupo de trabalhadores, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes contra uma pessoa ou um grupo de trabalhadores. São críticas repetitivas e desqualificações, isolando-o do contato com o grupo e difundindo falsas informações sobre ele. Marie-France Hirigoyen (2002), psiquiatra francesa, sistematizou alguns comportamentos, que por sua repetição, associação e intencionalidade, caracterizariam o assédio moral, conforme descrito abaixo.

LISTA DE ATITUDES HOSTIS OU COMPORTAMENTOS DESTRUTIVOS

1) Deterioração proposital das condições de trabalho

• Retirar da vítima a autonomia.
• Não lhe transmitir mais as informações úteis para a realização de tarefas.
• Contestar sistematicamente todas as suas decisões.
• Criticar seu trabalho de forma injusta ou exagerada.
• Privá-lo do acesso aos instrumentos de trabalho: telefone, fax, computador...
• Retirar o trabalho que normalmente lhe compete.
• Dar-lhe permanentemente novas tarefas.
• Atribuir-lhe proposital e sistematicamente tarefas inferiores às suas competências.
• Atribuir-lhe proposital e sistematicamente tarefas superiores às suas competências.
• Pressioná-la para que não faça valer seus direitos (férias, horários, prêmios).
• Agir de modo a impedir que obtenha promoção.
v Atribuir à vítima, contra a vontade dela, trabalhos perigosos.
• Atribuir à vítima tarefas incompatíveis com sua saúde.
• Causar danos em seu local de trabalho.
• Dar-lhe deliberadamente instruções impossíveis de executar.
• Não levar em conta recomendações de ordem médica indicadas pelo médico do trabalho.
• Induzir a vítima ao erro.

2) Isolamento e recusa de comunicação

• A vítima é interrompida constantemente.
• Superiores hierárquicos ou colegas não dialogam com a vítima.
• A comunicação com ela é unicamente por escrito.
• Recusam todo o contato com ela, mesmo o visual.
• É posta separada dos outros.
• Ignoram sua presença, dirigindo-se apenas aos outros.
• Proíbem o colega de lhe falar.
• Já não a deixam falar com ninguém.
• A direção recusa qualquer pedido de entrevista.

3) Atentado contra a dignidade

• Utilizam insinuações desdenhosas para qualificá-la.
• Fazem gestos de desprezo diante dela (suspiros, olhares desdenhosos, levantar de ombros).
• É desacreditada diante de colegas, superiores ou subordinados.
• Espalham rumores a seu respeito.
• Atribuem-lhe problemas psicológicos (dizem que é doente mental).
• Zombam de suas deficiências físicas ou de seu aspecto físico; é imitada ou caricaturada.
• Criticam sua vida privada.
• Zombam de suas origem e de sua nacionalidade.
• Implicam com suas crenças religiosas ou convicções políticas.
• Atribuem-lhes tarefas humilhantes.
• É injuriada com termos obscenos ou degradantes.

4) Violência verbal, física e sexual.

• Ameaças de violência física.
• Agridem-na fisicamente, mesmo que de leve, é empurrada, fecham-lhe a porta na cara.
• Falam com ela aos gritos.
• Invadem sua vida privada com ligações telefônicas ou cartas.
• Seguem-na na rua, é espionada diante do domicílio.
• Fazem estragos em seu automóvel.
•É assediada ou agredida sexualmente (gestos ou propostas).
• Não levam em conta seus problemas de saúde.

Todos os comportamentos listados acima podem ser considerados atos de agressão psicológica, mesmo que não ocorram de forma repetitiva ou intencional. Nem toda situação de violência ou agressão psicológica no trabalho é tecnicamente assédio moral. Repetitividade e intencionalidade são os elementos que caracterizam o assédio moral e o diferenciam das agressões psicológicas pontuais e dos conflitos nas relações interpessoais.

Os comportamentos de violência psicológica mais freqüentes estão relacionados à: pressão exagerada para cumprir metas, supervisão constante e rígida, uso de estratégias de exposição constrangedora de resultados e comparação entre membros do mesmo grupo, competitividade para além da ética, avaliação de desempenho somente pelos resultados e não pelos processos, ameaça de demissão constante, humilhações direcionada para o grupo de trabalhadores diante de resultados abaixo do esperado, entre outras (SOBOLL, 2006).

Assédio moral não é um fenômeno novo, mas as novas configurações do trabalho criam ambientes organizacionais propício para a ocorrência de situações de violência psicológica menores e extremas no trabalho: política neoliberal, reestruturação produtiva, precarização do trabalho, desemprego estrutural, novas formas de gestão de pessoas.

Apesar de mais freqüentes que o assédio moral, os comportamentos de violência psicológica menores são muitas vezes percebidos, num contexto de "banalização da injustiça social" (DEJOURS, 1999), como inerentes ao trabalho no capitalismo globalizado e competitivo e por isso tornam-se invisíveis e pouco discutidos. Entretanto, estes comportamentos são as sementes geradoras das situações extremas de violência psicológica, como o assédio moral, e também implicam em prejuízos à saúde e à vida social do trabalhador.

Caso você seja vitima destas atitudes e comportamentos hostis enfrente, denuncie, busque ajuda. Caso você seja autor de uma ou mais destas condutas, cuidado, você pode estar prejudicando a saúde de seus funcionários, portanto talvez seja a hora de mudar algumas atitudes.

Para cerca de 75% dos estadunidenses, os chefes são a maior causa de estresse no trabalho.

A revista Quartz publicou um artigo no Linkedin que aponta que um chefe ruim pode fazer tão mal para a saúde dos funcionários quanto fumar passivamente. E o pior, quanto mais tempo uma pessoa passar trabalhando para alguém que a deixa infeliz, maiores serão os danos para sua saúde mental e física.

Dados da Associação de Psicologia dos Estados Unidos, publicados no artigo da revista Quartz revelam que 75% dos trabalhadores americanos consideram seus chefes a maior razão de estresse no trabalho. Contudo, 59% dessas pessoas não largariam o emprego, mesmo infelizes.

Os dados mostram que as pessoas arrumam uma maneira de se conformar com seus empregos, e isso faz com que a decisão de pedir demissão e sair em busca por um ambiente de trabalho mais saudável seja ainda mais postergada.

Faz mais mal que cigarro

Muito impressionante também em relação a este assunto são as descobertas de pesquisadores da Harvard Business School e da Universidade de Stanford, ambas nos Estados Unidos. Os pesquisadores reuniram dados provenientes de mais de 200 estudos, e chegaram a conclusão que estresses simples e cotidianos no trabalho podem fazer tão mal a saúde como a exposição a quantidades consideráveis de fumaça do cigarro de outras pessoas.

A razão número 1 causadora de estresse no trabalho, o medo de ser mandado embora, pode aumentar em até 50% os riscos de problemas de saúde. Já um cargo que exige do funcionário mais do que ela/ele pode oferecer aumenta em 35% o risco para a saúde.

O que fazer

Em muitos casos, os problemas com os superiores podem ser meramente caso de afinidade. Existem, contudo, muitos chefes realmente ruins por aí. Mas como saber em qual situação você se encaixa?

Chefes ruins são geralmente verbalmente agressivos,
narcisistas e podem até se tornar violentos.
Frases típicas dos chefes ruins são:
"Aqui nada funciona se eu não estiver por perto!",
"Nós sempre fizemos assim!" ou
"Agradeça que você tem um emprego."

Claro que não é fácil para ninguém largar o emprego e começar tudo de novo, mas a motivação para trabalhar de quem se encontra em uma situação dessas desaparece totalmente.

Por qual motivo maus gestores ainda têm liderados?

Vamos expor alguns sinônimos para a palavra “mau”: cruel, desumano, odioso, perverso, frio, maquiavélico, maléfico, maldito etc. Para alguns subordinados essas palavras traduzem a imagem de seus gestores. Essa pode ser a causa principal do absenteísmo e da rotatividade de funcionários, que permanecem em seus trabalhos porque vivemos uma cultura permanente de propagar o medo da “crise” financeira do país. Então, muitos funcionários preferem “engolir sapos” diariamente a tentar qualquer outra oportunidade. Ou mesmo de trocar seis por meia dúzia. Ou pior!

– EU!? Não! Imagina!!!

É comum chefes problemáticos não reconhecerem suas falhas, seus comportamentos, atitudes e suas maldades. Ao escrever esse artigo, lembrei-me de onde pode estar esse “bad boss” na estrutura organizacional. Ele está em qualquer lugar. Numa supervisão, coordenação, gerência, diretoria, superintendência, presidência… Pode ser um empresário ou acionista. Qualquer cargo de comando. Quanto maior a amplitude de comando… Bem, você sabe qual o impacto top down que isso pode ocorrer.

Violência psicológica na má gestão

A consequência da má gestão é o adoecimento do funcionário. Doenças psicossomáticas se desenvolvem diante do estresse vivido. Segundo Soboll (2006) e publicado em artigo no site do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo, “os comportamentos de violência psicológica são: “pressão exagerada para cumprir metas, supervisão constante e rígida, uso de estratégias de exposição constrangedora e comparação dos resultados entre os membros do grupo, ameaça de demissão constante […]”. Existem chefes que tentam mascarar essas atitudes como brincadeiras, porém se apenas um dos lados se diverte e o outro não, definitivamente, não pode ser caracterizado como um jogo de descontração”.

Engana a si próprio aquele que pensa que ser “durão” é a melhor forma de conduzir sua equipe. Consequências: um mau gestor causa improdutividade, baixa estima, diminui a parceria entre vários setores da empresa, gera um ambiente conflitante e promove o bullying. Todo esse cenário pode piorar quando essas ações passam a ser classificadas como assédio moral. A empresa perde qualidade de trabalho e as finanças também são afetadas porque o funcionário passará a se ausentar mais vezes para ir ao médico, além de que colaboradores inseguros, tristes e desestimulados podem usar as mais desapropriadas formas de extravasar a sua raiva, desempenhando seu trabalho a fim de prejudicar o chefe e até mesmo a empresa. Conheço casos de sabotagem e roubo.

O que fazer se você estiver passando por essa “crise” profissional?

Se você tem problemas pessoais ou profissionais com o seu chefe e seu trabalho está muito chato com ele, isso não significa que você não pode melhora-lo. Vejamos aqui quatro maneiras para lidar com essas situações indesejadas:
  1. Faça uma lista de tarefas e objetivos para o seu dia de trabalho. Cada vez que completar algum item da lista, risque-os da lista. A sensação de ter conseguido realizar alguma coisa, mesmo em um ambiente hostil, vai te ajudar a seguir em frente. (Colombia, 2016)
  2. Desligue-se nos finais de semana. Não cheque mensagens do trabalho em nenhum meio ou canal de comunicação. Passar um tempo sem pensar no trabalho pode te ajudar a recarregar as baterias. (Colombia, 2016)
  3. Entenda o que o estresse faz com você e saiba como combatê-lo. – Se o seu chefe lhe deixa estressado, você pode se beneficiar de alguns truques simples que irão ajudar a aliviar a tensão, como meditação em 1 minuto, (veja o vídeo aqui), respirar profundamente por alguns minutos ou dar uma caminhada. (Gosto de caminhadas. Oxigenam ideias!) Isso irá relaxar você e o deixará mais tranquilo para responder adequadamente aos problemas.
  4. Tenha um rotina relaxante fora do trabalho – Isso parece óbvio, mas ter um hobby ajuda em muito a esquecer dos problemas diários enfrentados no trabalho. Melhor ainda, faça algo que você gosta logo após o trabalho, como praticar algum esporte, fazer uma academia ou aprender uma nova língua; isso irá fazer com que a transição trabalho-casa seja bem mais agradável, o que irá melhorar o seu humor – e a sua saúde. Eu gosto de ouvir música. Meu hobby por som Vintage me aguarda sempre ao final do dia.
Se as sugestões não funcionarem talvez seja hora de uma mudança profissional. Muitas vezes, uma mudança para outro departamento na mesma empresa pode ser a solução. Mas caso isso não seja possível, procure sair de cabeça erguida – você irá se respeitar mais, sabendo que fez tudo o que podia para contornar a situação foi feito.

Referências Bibliográficas:
ALEXANDER, Megan. GM da Robert Half New Zealand. 8 signs you’re a bad boss. Em: https://nzbusiness.co.nz/article/8-signs-you%E2%80%99re-bad-boss Publicado em 28/11/2017. Acessado em 27/03/2019.

COLOMBIA, Ana. Artigo revela que um chefe ruim pode adoecer os funcionários. https://www.linkedin.com/pulse/artigo-revela-que-um-chefe-ruim-pode-adoecer-os-ana-colombia/ Publicado em 13 de maio de 2016. Acessado em 26/03/2019.

Maus Gestores comprometem a Saúde dos Colaboradores e os Resultados. Em: https://zanel.com.br/maus-gestores-comprometem-saude-dos-colaboradores-e-os-resultados/ Publicado em 30/01/2017. Acessado em 26/03/2019.

SOBOLL, Lis Andréa P. Violência psicológica e assédio moral no trabalho bancário. FM/USP. (Tese de doutorado). Cap. 4. Violência psicológica no trabalho. (Defesa: dezembro/2006). Publicado no site do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo. http://www.sasp.org.br/noticias/38-notas-rapidas/70-violencia-psicologica-no-trabalho.html Acessado em 26/03/2019.

BARRETO, M. Assédio moral: o risco invisível no mundo do trabalho. In: Jornal da Rede Feminina de Saúde, n. 25, jun. 2002 a. Disponível em http://www.redesaude.org.br/jr25/html/body_jr25-margarida.html

DEJOURS, C. A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.

FREITAS, M.E. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas organizações. RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 2, Abr./Jun. 2001. (Disponível na web)

HIRIGOYEN, M.F. Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. Editora Bertrand do Brasil, São Paulo, 2002.

LEYMANN, H. The mobbing Encyclopaedia. (www.mobbing.nu). 1996.

SOBOLL, LAP. Violência psicológica e assédio moral no trabalho bancário. FM/USP. (Tese de doutorado). Cap. 4. Violência psicológica no trabalho. (Defesa: dezembro/2006)

Fonte:


Tiago Aquines Estudioso das relações trabalhistas - Tiago Aquines, Advogado, OAB/RS 84.513, atua em Porto Alegre, RS. Graduado pela UNISINOS no ano de 2009, Membro da Agetra/RS, grande entusiasta das relações trabalhistas e como elas refletem a sociedade e o povo Brasileiro, como um todo. Estudioso e curioso da área, acredita que o profissional do direito deve manter contato com as pessoas e acompanhar as mudanças da sociedade, tendo sempre um olhar analítico. Blog: http://tiagoaquines.blogspot.com.br

2. FALANDODEGESTÃO

3. SASP
(*) Lis Andréa P. Soboll é Psicóloga (UFPR), Especialista em Psicologia do Trabalho - UFPR, Mestre em Administração - UFPR, Doutoranda em Medicina Preventiva - USP, atuando na área Saúde & Trabalho, como professora universitária, psicóloga clínica, perito judicial e consultora em organizações. E-mail: lisdrea@uol.com.br / lisdrea@yahoo.com

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