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"Acho que finalmente me dei conta que o que você faz com a sua vida é somente metade da equação. A outra metade, a metade mais importante na verdade, é com quem está quando está fazendo isso."

sábado, 26 de agosto de 2017

Kaizen - Hoje melhor que ontem, pior que amanhã


Hoje melhor que ontem, pior que amanhã! 
Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!!

Kaizen é uma metodologia japonesa de melhoria contínua nas empresas. Nela, nenhum dia deve se passar sem que tenha havido alguma melhoria, seja para a estrutura da organização ou mesmo para facilitar o trabalho dos funcionários.

Nos anos 50, após a Segunda Guerra Mundial muitas empresas japonesas tiveram que começar do zero e se basearam na filosofia empresaria de Jules Henri Fayol – Teoria Clássica da Administração – para poderem se reerguer. Dessa forma se deu início o desenvolvimento de melhoria contínua, que é a base da metodologia Kaizen.

Seu objetivo é trazer resultados concretos para as organizações tanto no que diz respeito a qualidade quanto à quantidade com o menor espaço de tempo e menor custo possíveis cumprindo então metas estabelecidas e gerando lucro. Para isso é importante que haja envolvimento de todos os colaboradores da empresa, da base até o topo, do chão de fábrica aos gestores, conseguindo dessa forma melhor desempenho em todos os níveis. Tendo o trabalho coletivo se sobrepondo ao individual.


Foto 1 – Kaizen – Tradução / Fonte: https://lean6sigma4all.eu

Entre as vantagens dos processos de melhoria contínua que integram a metodologia Kaizen estão: análise de valor, eliminação de desperdícios, padronização, melhor uso da força de trabalho, facilidade na implantação do Just in Time.

De acordo com os ensinamentos do professor Masaaki Imai, fundador do Kaizen Institute, o trabalho coletivo deve prevalecer sobre o individual; que o ser humano é visto como um dos bens mais valiosos de uma organização, e que deve ser incentivado a direcionar seu trabalho para as metas compartilhadas da empresa, sem que deixe de atender às suas necessidades pessoais. Ainda de acordo com ele, as melhorias são desenvolvidas “Step by step” , ou seja, por etapas, tendo como finalidade a eliminação de desperdícios.


Foto 2 – Masaaki Imai – Fundador do Kaizen Institute / Fonte: http://oaprendizdaqualidade.blogspot.com.br

Para ele, existem alguns princípios que as empresas devem seguir para implantar o Kaizen. São eles:
O desperdício deve ser eliminado;
Todos os colaboradores devem estar envolvidos;
O Kaizen é baseado em uma estratégia barata;
Pode ser aplicado em qualquer lugar;
Apoia-se no princípio de uma gestão visual;
A atenção deve ser dirigida ao local onde se cria realmente valor;
O Kaizen é orientado para os processos;
Dá prioridade às pessoas;
O lema essencial da aprendizagem organizacional é: aprender fazendo.

O aumento da produtividade não está necessariamente ligado a investimentos significativos, consultores ou tecnologia. Pode ser obtido através de metodologias como a Kaizen. A transparência nos processos, valores, procedimentos torna os problemas visíveis aos olhos de todos sendo facilitada sua correção. Para isso é importante dar importância às pessoas, com nova mentalidade e estilo de trabalho diferente através de orientação pessoal para a qualidade e para valores.


Foto 3 – Kaizen e suas características / Fonte: http://www.agarreseusucesso.com.br/

Existem 3 formas de aplicar o Kaizen à pratica, segundo Imai. São eles:
Kaizen para adminstração

Envolve as mais importantes questões, garantindo o progresso na implantação e no moral do grupo. Segundo Imai, um gerente deve dedicar pelo menos 50% do seu tempo a este aprimoramento, que se relaciona às mais diversas práticas – desde utilizar papel de rascunho para impressão até o compartilhamento de informações importantes. Isto depende de seu perfil de empreendedor.
Kaizen para o grupo

No ambiente de uma empresa, o processo de melhoria contínua está intimamente associado ao espírito de equipe. Isso implica o envolvimento de todas as pessoas da sua organização no aperfeiçoamento dos processos.

Os grupos de Kaizen costumam atuar da seguinte forma: realiza-se um estudo de todos os problemas a serem solucionados. Deve se definir se as soluções são fáceis ou se haverá a necessidade de auxílio do ciclo PDCA, que tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos na execução de uma gestão.

E além do PDCA, outras ferramentas poderão ser utilizadas, como o diagrama de Ishikawa (causa e efeito) e a metodologia 5W2H.
Kaizen voltado para as pessoas

Ocorre na forma de sugestões. A ideia é estimular as pessoas a demonstrarem mais empenho em realizar as suas tarefas. Esse sistema deve ser bem dinâmico e funcional, servindo de avaliação de desempenho para funcionários de todas as esferas, sem exceção.

Na Toyota, por exemplo, todas as manhãs são feitas reuniões para os seus colaboradores pensarem o processo e tomarem decisões antecipadamente. Isso faz com que o trabalho flua melhor e suas responsabilidades não virem rotina e nem trabalhem como máquinas. Dessa forma o trabalho gera mais qualidade pois o trabalhador se sente parte do projeto criando uma responsabilidade positiva para o sucesso. Além disso, discutem-se os desvios de qualidade para que sejam eliminados o mais rápido possível. Nas fábricas europeias chega-se a criar cerca de 3000 propostas de melhorias por ano.

Assim, podemos concluir que o Kaizen deve ser incluindo na empresa como uma filosofia e não ser usado apenas uma vez pois só assim se obterá a melhora contínua dentro das organizações todos os dias obtendo todas as vantagens que a metodologia tem a nos oferecer. Dentre essas vantages, por exemplo, temos a eliminação de processos desnecessários, a redução de desperdícios de matéria prima, redução de tempo, etc. Aumentando assim a produtividade e a qualidade do produto final.


Referências Bibliográficas:

Endeavor Brasil. Kaizen: A sabedoria milenar a serviço da sua melhor gestão. Disponível em:


Portal Administração. Kaizen – A filosofia da melhoria contínua. Disponível em:


Redação Indústria. O que é Kaizen?. Disponível em:


Toyota. Kaizen. Disponível em:


Venki. Metodologia Kaizen e melhoria contínua, doi conceitos profundamente conectados. Disponível em:


https://uvagpclass.wordpress.com/2017/06/04/kaizen-hoje-melhor-do-que-ontem-e-pior-do-que-amanha/

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Entre a humanização e a ressocialização





A proposta de se incluir os agentes penitenciários no rol dos profissionais de Segurança Pública, transformando a categoria numa Polícia Penal, está dando alguns passos no Senado Federal e, como era de se esperar, despertando reações contrárias em determinados segmentos da sociedade, em especial nos grupos ligados aos direitos humanos.


Os argumentos são os de sempre: “não é com polícia que iremos resolver esse problema”. Em quase todos os posicionamentos desfavoráveis ao pleito dos agentes prisionais, existe a tese de que o sistema penitenciário precisa atuar no sentido da ressocialização dos detentos. E não da mera repressão.


Concordamos em parte. De fato, existe uma fatia da massa carcerária que, se bem trabalhada, poderá voltar às ruas com outra visão de mundo. Não nos pergunte qual o tamanho dessa parcela porque não há estudos sérios a respeito. E desconfie se alguém lhe expuser percentuais. Qualquer defesa numérica nesse sentido tenderá para puro achismo.


O problema é que os profissionais incumbidos dessa missão não estão lá. Nunca estiveram (pelo menos da forma como deveriam). Alguém já viu concurso público para psiquiatra de presídio? Para clínico geral? Para professor? No universo das mais de 500 mil pessoas presas no Brasil, quantos psicólogos passam 24 horas numa penitenciária? Quantos defensores públicos se dedicam nesse ritmo?


Os dois únicos profissionais que passam 24 horas por dia, mês a mês, ano a ano, dentro dos presídios são o agente penitenciário e o policial militar (este nas guaritas). Só. O resto, quando existe no recinto, é presença passageira. Enquanto a figura do agente prisional passa 168 horas por semana nas prisões, a do pessoal que deveria ressocializar os presos não chega a 20 horas semanais. Vigiamos muito ou ressocializamos pouco?


Não interpretemos isso como uma crítica ‘pessoal’ aos segmentos acima listados. Absolutamente. Se o Estado contratasse efetivo suficiente para a demanda, certamente o foco deste artigo seria outro.


O erro – crasso! – de quem não conhece a função do agente de segurança penitenciária é achar que este ser existe para ressocializar detentos. Quanto equívoco. Como o próprio nome já diz, o agente prisional cuida da segurança interna dos presídios. E segurança se faz com polícia. Quem deve assumir a missão de mudar a visão de mundo do encarcerado é o professor, o médico, o psicólogo, o assistente social, o defensor público e demais setores que possam fazer um preso se sentir ‘gente’ (se ele quiser, claro).


É óbvio que o agente prisional pode e deve contribuir no que for possível na educação dos presos. Aliás, a própria sociedade aqui fora das grades também não escapa desse “poder-dever”. Mas daí a atribuir ao agente penitenciário a ressocialização como missão principal, existe um fosso profundo. Numa escola pública qualquer trabalham o porteiro e o professor. Qual é a função de cada um?


Assim, não é o agente prisional que precisa ser “menos polícia”. São os profissionais da ressocialização que devem estar mais presentes nos presídios. Seja sincero consigo mesmo, leitor: se você fosse um professor e recebesse o mesmo salário para trabalhar tanto nas escolas convencionais aqui fora como no galpão improvisado para dar aulas numa penitenciária, em qual desses locais você escolheria atuar, se tivesse que optar entre eles?


A segurança tem alguma influência na escolha que você acabou de fazer?


Nos presídios do Brasil, quanto mais Educação, melhor. Então, por que não dizer o mesmo com a segurança? Uma necessidade não elimina a outra. Esse deserto de profissionais ressocializadores nas prisões talvez seja reflexos justamente da comprovada fragilidade na segurança do ambiente. E nessa perspectiva, quanto melhor for a segurança nas cadeias, mais fácil será atrair os pilares da ressocialização.


Um dos passos cruciais para tornarmos o sistema prisional num lugar mais seguro é criando a Polícia Penal. Os detalhes de como ela iria funcionar, claro, devem ser discutidos e analisados. Mas a sua criação é urgente. Ou continuemos fazendo de conta que haverá ressocialização de presos no Brasil.

FONTE