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"Acho que finalmente me dei conta que o que você faz com a sua vida é somente metade da equação. A outra metade, a metade mais importante na verdade, é com quem está quando está fazendo isso."

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Projeto Vida Nova: mediação de conflitos em Presídio de Rondônia


Situação Hipotética: "Um preso acorda no meio da noite, mas não consegue andar devidamente em sua cela por ser cego devido a diabetes. Essa atitude irrita os outros detentos, que sofrem com os tropeços do colega. Uma situação como essa poderia gerar uma discussão entre os presentes, mas, na Comarca de Santa Luzia, em Rondônia, esses ocorridos passarão a ser mediados por um terceiro.

Essa é a ideia do Projeto Vida Nova, que ensina presos dos regimes fechado e semiaberto a serem mediadores de conflitos para solucionarem problemas dentro do presídio de forma pacífica. A juíza Larissa Pinho de Alencar Lima, coordenadora do projeto, conta que foram treinados para serem mediadores os presos com bom comportamento e que não cometeram falta grave nos últimos seis meses.

Todos foram indicados pelo sistema prisional para o treinamento, que durou 3 horas. Os presos também terão acompanhamento mensal para que exponham como está sendo a experiência dentro do sistema penitenciário.

A situação de conflito envolvendo o preso diabético foi uma simulação feita após aula teórica do projeto, e resultou na busca por um preso responsável pela mediação na cela para resolver o conflito proposto.

A simulação foi pausada para que os presos sugerissem quais as técnicas de mediação poderiam ser usadas naquele contexto, conforme lhes foi ensinado no treinamento. Um dos detentos disse que o mediador deveria ser imparcial e neutro na situação apresentada.

Enquanto outro afirmou que responsável pela mediação deveria usar a técnica da escuta ativa para que as partes chegassem a um acordo. Segundo Larissa Lima, a finalidade do treinamento dos presos é proporcionar um diálogo respeitoso entre eles e gerar responsabilidade. “Procuramos mostrar que eles são capazes de resolver seus próprios conflitos de forma pacífica", diz.

De acordo com a juíza, os presos foram treinados para atuar dentro do sistema como facilitadores de solução de conflitos. “É importante deixar claro que não se trata de justiça restaurativa e sim de mediação de conflitos”, esclarece a juíza.

São voluntários do projeto: servidores, juízes estaduais, juízes federais, advogados, estudantes e os próprios apenados. "O treinamento dentro do projeto Vida Nova tem o objetivo de resgatar a autoestima, o respeito e a dignidade dos apenados”, afirma Larissa Lima. 

O treinamento, explica a julgadora, deverá ocorrer duas vezes por ano, e funciona da seguinte forma: uma equipe de servidores do Judiciário de Rondônia leva à unidade prisional uma televisão e um computador com vídeos gravados por colaboradores das mais diversas habilidades e até mesmo presos.

Os conteúdos dos vídeos são exibidos durante uma hora, e, depois, os presos debatem sobre o material apresentado com a ajuda de voluntários. Ao fim de cada módulo do projeto, os participantes entregam uma redação para ser corrigida. A conclusão e o alcance positivo em cada módulo resulta ao preso um dia de remição, após ter vista ao Ministério Público e à Defensoria Pública.

Iniciativa anterior

Desde que começou, em 2016, o projeto já ganhou a adesão de outras Comarcas de Rondônia e recebeu o prêmio de menção honrosa na 5ª Edição do Prêmio Patrícia Acioli de Direitos Humanos na categoria trabalho dos magistrados. Em fevereiro de 2016, 16 presos da Comarca de Santa Luzia do Oeste participaram de um programa de videoaulas.

Também gerido pela juíza Larissa Lima, o projeto fez com que todos os participantes fossem aprovados nas tarefas apresentadas. A estimativa era que metade deles conseguissem resultados positivos. Outra expectativa superada foi a de número de matriculados: o índice esperado era de 10% dos presos dos regimes fechado e semiaberto, mas o resultado obtido foi de 40%.

O projeto funciona por meio de aulas em vídeo exibidas em televisões instaladas em um corredor próximo às celas. Os conteúdos são tem uma hora de duração, e, depois de assistirem, os presos debatem sobre o material apresentado com a ajuda de voluntários.

Ao fim de cada módulo, é necessário que os participantes entreguem uma redação. O material usado no curso foi elaborado especificamente para o projeto, e três módulos foram produzidos.

Dos 16 participantes, 11 estão em regime fechado. Dos outros cinco, três cumprem pena no semiaberto, e dois são presos provisórios. A maioria deles (56%) tem entre 21 e 30 anos, sendo a maior parcela concentrada entre 26 e 30 anos. Os outros sete têm entre 31 e 60 anos, divididos proporcionalmente.

A baixa escolaridade também é latente, o que aumenta a importância do projeto. Apenas um dos participantes da iniciativa tem pós-graduação, e metade dos presos não completou o ensino fundamental. Os dados também mostram que a base familiar impacta diretamente na formação dessas pessoas.

Onze dos 16 presos afirmam que o pai ou a mãe não estudou. Apesar disso, a escolaridade materna é maior (63%) do que a paterna (44%). Outra combinação prejudicial é a existência de filhos sem um meio de sustentá-los. Quase 70% dos participantes são pais, mas não tem renda.

Já os que têm renda recebem entre um e dois salários mínimos. Entre as profissões executadas fora da prisão, estão a de serviços gerais, vaqueiro, lavrador, auxiliar de produção, garçom, pedreiro, auxiliar de pedreiro, taxista, mecânico e vendedor.

Revista Consultor Jurídico, 14 de abril de 2017, 17h32

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Concentre-se naquilo que você é bom, delegue todo o resto


Você está usando sua habilidade única a seu favor?

Neste artigo eu falo que quando identificamos a nossa habilidade única, os nossos resultados e a nossa performance aumentam exponencialmente.

No último domingo (23), assisti o maior clássico do futebol mundial, Real Madrid x Barcelona. Como de costume, foi um jogão. Algo que se espera num confronto entre dois gigantes como estes. Não estava só em jogo a liderança do campeonato Espanhol, dois dos maiores jogadores da história estavam frente a frente: o argentino Lionel Messi e o português Cristiano Ronaldo.

Para se ter uma ideia do tamanho da rivalidade, há nove anos a dupla disputa o posto de melhor jogador do mundo. Ora um ganha, ora o outro. Apenas este fato já deixaria o clássico ainda mais apimentado. A partida foi extremamente disputada. O time madrilenho abriu o placar e, mesmo com um corte na boca após uma disputa com o lateral-esquerdo brasileiro Marcelo, o “blaugrana” Messi continuou em campo e empatou o jogo com um golaço.

Com vários craques de cada lado, o jogo foi muito disputado, sendo difícil arriscar um palpite de quem venceria. O Barcelona virou o jogo e se manteve na frente do placar por alguns minutos, até o Real empatar a partida novamente com o colombiano James Rodríguez. Quando parecia que a partida se encaminharia para o empate, Messi, mais uma vez, decidiu nos últimos minutos.

Por que estou falando de futebol por aqui?

Porque o jogo me trouxe algumas lições que gostaria de compartilhar com vocês.  A medida que nos conhecemos melhor, identificamos nossas habilidades únicas. Sabemos como usá-las com maestria e, nossos resultados e nossa performance, melhoram de forma exponencial.

Você conhece a si mesmo?

Este foi um questionamento presente em minha vida durante muitos anos. Sentia que não estava tendo o rendimento que queria. Minha produtividade e minha performance estavam muito abaixo do esperado. Foi aí que percebi que precisava ter clareza, saber onde estava, reconhecer minhas qualidades e saber o que me diferenciava da maioria das pessoas.

Neste ponto, gosto muito de uma frase usada pelo Gustavo Succi: “Você está jogando o seu jogo ou jogando o de outra pessoa?”

Minha interpretação desta frase é que, na maioria das vezes, tomamos nossas decisões com base no que as outras pessoas querem com o intuito de agradá-las. Desta forma, estamos jogando o jogo da outra pessoa - e não o nosso! Você já se fez esta pergunta ?

Habilidade única

Trago novamente o exemplo do jogo de futebol. O Barcelona é conhecido mundialmente pelo seu toque de bola e sua movimentação em campo. É disparada a equipe que retêm mais a posse de bola no mundo – com direito a termo próprio pra isso: o famoso Tiki–Taka.

Mesmo atrás do placar, os jogadores do Barcelona – que precisavam vencer para continuarem com chances de título na liga espanhola –, mantiveram a calma e usaram sua habilidade única, o toque de bola, para empatarem e, posteriormente, virarem o placar da partida. O mesmo aconteceu com o Lionel Messi que, apesar das adversidades da partida, onde apanhou o tempo todo, fez o que sabia fazer de melhor: jogar futebol. Não reclamou das porradas que levou, manteve o foco e marcou dois gols, dando a vitória para a sua equipe.

Quando conseguimos identificar nossa habilidade única, que é peculiar a cada pessoa, devemos focar nossos esforços nela ao invés de perdermos tempo com o que não somos bons. Se você tem a facilidade de estabelecer contatos com pessoas de diferentes meios e consegue iniciar conversas, terá uma capacidade maior de formar um networking valioso, por exemplo. Se você é uma pessoa organizada, pode se dar bem na hora de cumprir multitarefas. Concentre-se no que realmente importa e aprenda a dizer “não”.

Fraquezas

Perdemos boa parte do tempo tentando melhorar algo que não somos bons. O problema é que isso drena nossa energia, já que os esforços, geralmente, podem ser em vão.

Se o Barcelona, quando estava atrás do placar, tentasse mudar seu modo de jogo e apostasse nas bolas cruzadas na área, poderia até chegar ao gol, mas estaria focando em suas fraquezas. Ao focar em suas fortalezas – o toque de bola –, a equipe virou jogo e saiu com a vitória.

Um ponto interessante que li no livro “Descubra seus Pontos fortes”, de Donald O. Clifton, versa sobre como a fraqueza é uma seara de oportunidades, enquanto os pontos fortes são admirados e, simplesmente, assumidos. Um exemplo:

Se você, na época da escola, ia bem em química e mal em física, provavelmente dava mais atenção e, talvez, até fazia aulas particulares de física ou estudava com colegas até bem tarde, certo?

Pela lógica de Clifton, se você invertesse a ordem e focasse na disciplina de química, na qual ia bem, seus resultados em física melhorariam, de modo que você neutralizaria a disciplina onde se desempenho foi interior.

Tem uma frase clássica do Steve Jobs, que diz o seguinte: Concentre-se naquilo que você é bom, delegue todo o resto.”


Delegue

Quando concentramos a maior parte do tempo em nossa habilidade única, aquela que requer esforços mínimos para ser realizada, teremos melhores resultados. Sério!

Quando perdemos muito tempo em alguma atividade que gera um esforço muito grande para ser realizada, devemos ligar o sinal de alerta, pois pode ser algo que, talvez, possa ser delegado.

Digamos que você seja muito bom no relacionamento interpessoal, conseguindo interagir muito bem e tendo facilidade na comunicação, sendo muito persuasivo. Porém, organização e planejamento não são seus pontos fortes.

Que tal se reunir com pessoas que tenham estas habilidades que faltam em você? Elas podem desempenhar tal atividade com muito menos esforço e com muita mais qualidade.

Desta forma, podemos usar a famosa Lei de Pareto, onde 20% das nossas ações irão gerar 80% dos nossos resultados!

Agora eu lhe pergunto, você conhece a sua habilidade única?

Publicado originalmente em eduardozanini.com.br


Baseado em pesquisas feitas pelo Instituto Gallup com mais de 2 milhões de pessoas, 'Descubra seus Pontos Fortes' muda nossa maneira de pensar sobre o aprimoramento de nosso desempenho profissional. Marcus Buckingham e Donald O. Clifton descobriram que a maioria das empresas dá pouca ou nenhuma atenção aos pontos fortes de seus funcionários. Preferem investir tempo e dinheiro na tarefa ingrata de corrigir suas fraquezas, achando que desse modo as pessoas atingirão a excelência.

FONTE

http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/voce-esta-usando-sua-habilidade-unica-a-seu-favor/104257/

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Automação das Penitenciárias Federais


Entre os dias 28 e 29 de março/2017 aconteceu na penitenciária federal de Campo Grande o primeiro encontro para implantação do projeto piloto de automação de portas nas celas das penitenciárias federais. Em momento anterior o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Marco Antônio Severo Silva, e o secretário de Administração Penitenciária do São Paulo (SAP), Lourival Gomes, acordaram tratativas nesse sentido.

Estiveram presentes nesse encontro o coordenador-geral de inteligência penitenciária, Sandro Abel Sousa, o diretor da penitenciária federal de Campo Grande (PFCG), Rodrigo Almeida, o diretor-geral da penitenciária de Marília, Antônio Rodrigues, e o diretor de núcleo de trabalho da Penitenciária 1 de Presidente Bernardes, Marcos Antônio de Santana colaborando com o projeto.


Técnicos do governo paulista, que possuem grande know-how na produção de componentes, montagem e instalação do sistema em diversas penitenciárias paulistas, compareceram no presídio federal e finalizarão esta fase de projeto, tão logo seja possível, iniciando a instalação das portas automáticas.

A parceria com um ente estadual, no caso o sistema penitenciário de São Paulo, é uma solução inovadora referente à automação de portas de celas. O estado transmitirá seu conhecimento e experiência, de modo a implantar e manter portas automáticas nos presídios federais, contribuindo de maneira decisiva para a segurança do ambiente e dos servidores.


De acordo com a diretora do Sistema Penitenciário Federal, Cintia Rangel Assumpção, o Sistema Penitenciário Federal (SPF) completou dez anos de existência custodiando presos de alta periculosidade, com alto poder econômico e enfrentou esta realidade com investimento em tecnologia e formação de um excelente corpo funcional. “Essa combinação fez do SPF um exemplo em território nacional, pois mostrou ser possível manter um sistema penal sem que celulares adentrassem seus presídios e sem a ocorrência de fugas”.

Nos presídios federais há Circuito Fechado de TV (CFTV), equipamentos de raio x, portais de detecção de metais de altíssima sensibilidade e, muito em breve, contarão também com scanner corporal.

fonte

http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/noticias-depen/depen-trabalha-em-projeto-para-automacao-das-portas-das-penitenciarias-federais